quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Compulsão


Sempre me senti mal com as minhas compulsões (e tenho certeza de que não sou a única), não entendo por que isso acontece de vez em quando e o que passa em nossa mente. Por que não paramos de comer? Parace uma coisa incontrolável, precisamos comer comer comer, nunca estamos satisfeitos, ou mesmo satisfeitos queremos mais e mais, só pelo prazer. Mas será mesmo um prazer? O que seria a compulsão por comida?

A compulsão é um transtorno psiquiatrico, e 120 milhões de pessoas no mundo sofrem dela. A vida competitiva que levamos, a obsessão pela aparência, nos tornam pessoas compulsivas e desequilibradas. Estamos sempre em busca do corpo perfeito, da aparência perfeita, aquela ditada pelo mundo da moda, pelas anoréxicas que se matam para pesar 30kg e dar uma volta na passarela.

Ao ler uma matéria descobri que a compulsão pode começar quando vivemos em ambientes rigidos seja no trabalho ou até mesmo em casa. O ser humano se sente preso, sufocado e desenvolve a compulsão para tentar recuperar a autonomia sobre ele mesmo. Ele quer provar que pode fazer o que quiser, a hora que quiser e quando quiser. Mas esse comportamento só faz mal, nada em excesso é bom. Ser compulsivo acabar atrapalhando sua vida social, pois depois do "ataque" de compulsão a pessoa acaba se sentindo mal, por causa do desequilibro. Eu pelo menos me sinto muito mal, acho horrivel quando como demais, é tão desnecessário. Precisamos buscar o equilibrio entre mente e corpo e assim conseguiremos viver em harmonia.

Minha mãe é um tanto quanto rigida quando o assunto é comida. Ela é viciada em não comer nada, engraçado né. As pessoas normalmente são viciadas em comer mas ela é em não comer. Ela sempre controlou muito aqui em casa, não tinha bolacha, chocolate, salgadinho, isso era bem dificil de passar pela porta. Acho que isso ajuda a criarmos uma certa compulsão, pois quando saimos querermos nos sentir livre, comer o que não podemos comer dentro de casa, o que nos é proibido. Eu já percebi que nas casa onde a mãe não controla tanto as pessoas aprendem a se controlar mais. A minha sempre falou que nunca comprava, pois quando comprava acabava logo. Mas é lógico, quando tinha a gente queria comer, pois sabiamos que era raro. Mas é lógico que também não é certo lotar a casa de doces e comidas não saudaveis, e ai entra o equilibrio de novo.

Para entender um pouco sobre a doença:

1) A compulsão e as questões das dependências representam tentativa de diminuir os níveis de ansiedade por meio da obtenção do prazer imediato. "A todos nós sempre faltará algo. Não se pode ter tudo, ser tudo ou experimentar o tempo todo sensações de bem-estar e de completude. O dependente acaba se utilizando de atos compulsivos para preencher essa falta, esse vazio porque, na verdade, não consegue lidar com a falta e o vazio", disse Cynthia. Segundo ela, muitos desses comportamentos são moldados prioritariamente na infância.

2) Praticar atividades que dão prazer é saudável. O problema é quando a busca de prazer se torna tão imperativa que a pessoa perde o controle. Falsamente tachadas como excêntricas ou irresponsáveis, pessoas que agem dessa forma são, na verdade, portadoras do que os especialistas chamam de transtornos da impulsividade.

3) Nem sempre o problema é encarado como negativo, pois geralmente os compulsivos são pessoas perfeccionistas, severas e rígidas. Perante os colegas, no entanto, parecem criativas e dinâmicas. "Por isso muitas se destacam e são líderes em seu meio. Possuem enorme poder de persuasão e processam informações com uma rapidez invejável", afirmou Cynthia.

4) As compulsões são divididas em dois polos. O compulsivo que engloba transtornos do comer sem parar, da hipocondria, do alcoolismo etc. Nesses casos o sujeito busca a fuga do risco, do sofrimento e da angústia. O outro grupo é o impulsivo, caracterizado pelo jogo patológico, a compulsão sexual e a compra compulsiva. Nesses casos, o indivíduo busca o risco e, com ele, o prazer imediato.

5) Mesmo que os atos resultem em arrependimento posterior, a pessoa volta a cometer a compulsão.

6) O tratamento é feito por meio da psicoterapia e de remédios. O primeiro passo é a pessoa reconhecer que sofre do transtorno e depois a busca da origem do problema e seu tratamento. Alto nível de ansiedade e baixa auto-estima são sempre características do paciente compulsivo.

7) Segundo o médico Cristiano Merheb, especialista em Nutrologia, cerca de 75% das pessoas que estão acima do peso sofrem de compulsão alimentar. A síndrome, também conhecida como binge eating, faz com que a pessoa não coma para saciar a fome física, mas sim por impulso. Durante os ataques de binge, o compulsivo alimentar chega a ingerir até 10 mil calorias em uma única refeição.

8) Na compulsão alimentar, a pessoa perde o controle sobre a decisão de comer ou não e sofre muito por não conseguir reagir diante do impulso.

9) Passar horas pensando na própria imagem e sofrendo com a aparência retratam o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). O principal sentimento dos pacientes é o da angústia e a pessoa sente vontade de se esconder e de não ser visto. E não adianta lançar mão de tratamentos estéticos, pois nada ajuda a superar a sensação. "O papel dos profissionais que lidam com a beleza é muito importante. Cabe a ele julgar se aquela pessoa tem noção do próprio corpo, se ela compreende o que quer fazer. Se a pessoa procura o irreal, é importante ela ser esclarecida. É preciso conduzir a pessoa ao reencontro com sua própria personalidade", disse o cirurgião plástico Gustavo Merheb.

10) Profissionais enfrentam um problema comum ao lidar com a questão da dependência ou compulsão: o fato de ser visto como falta de caráter ou fraqueza de personalidade da pessoa. "Apesar dos esforços da comunidade científica em reverter essa apreciação do problema, ela permanece e somente piora o acesso dos dependentes a um tratamento adequado", disse a psicóloga Cinthya Bezerra.

Gostei muito desse artigo, espero que possa ajudar também quem se sente na mesma posição. E o primeiro passo é perceber e admitir que tem o problema, ai sim pode ser tratado.

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